O sociólogo Francês, Alain Coulon. Nascido em 12 de Outubro de 1947 é professor da Universidade de Paris 8 Vicennes saint-Denis em ciências da educação. Sua abordagem faz parte da sociologia qualitativa, da escola de Chicago e da etnometodologia, correntes da sociologia que ele ajudou a divulgar na França 2 . Seu trabalho tem se concentrado principalmente no ensino superior e educação.
Coulon foi abordado em nossa aula de Universidade e sociedade justamente por aspecto importante em um dos seus trabalhos, que é a preocupação de como tem que ser a entrada do estudante na Universidade.
Essa fase na vida do aluno, é tudo muito novo, tudo mais maximizado, o que impacta um pouco, elevando a pressão da concepção do estudante do que é a vida acadêmica. O impacto vária individualmente para cada pessoa, outras sente mais, outras sente de menos, o que afeta obviamente o desempenho em busca dos resultados.
Outra parte conflitante, é a frustração. Como é natural a maioria dos estudantes entrarem na Universidade empolgados, todos vão chegar com tudo querendo desfrutar desse novo ciclo de sua vida, e com isso vêm possivelmente o problema. Muitos ao conhecerem, ao se depararem com a realidade, podem-se se sentirem despreparados, entrando na vida acadêmica com uma perspectiva, e acabar vendo outra, o que leva o aluno se sentir frustrado.
Digo pela minha própria experiência como calouro da UFSB. Entrar na faculdade, é um sonho desde pequeno, que é ensinado pelos pais, professores e outros, o caminho para se obter conhecimento, e reconhecimento da sociedade como um cidadão que se empenhou e buscou se capacitar para trazer benefícios para si, para a família e para a própria sociedade. E chegar nesse objetivo de adentrar numa Universidade e se sentir incapacitado de realizar aquilo, é algo bastante difícil e dramático para o educando.
Coulon destaca e da ênfase justamente nisso nesse quesito que é a afiliação. É bastante categórico em sua obra acerca da condição estudantil, iniciando seu livro com a seguinte afirmação: “A primeira tarefa que um estudante deve realizar quando ele chega à universidade é aprender o ofício de estudante”.
Para o autor, este aprendizado é o principal problema que os estudantes encontram para permanecer na universidade: “Aprender o ofício de estudante significa que é necessário aprender a se tornar um deles para não ser eliminado ou autoeliminar-se porque se continuou como um estrangeiro neste mundo novo”. Assim, ser um estudante "profissional", em oposição ao “amador” corresponderia à dedicação de um tempo significativo das vidas imediatas, exigindo aprendizado, domínio de ferramentas e manejo das regras.
destaca que ser reconhecido como socialmente competente significa que os saberes adquiridos foram legitimados; caso este processo não se realize, ocorre o fracasso/abandono. As altas taxas de evasão, em especial no começo do curso, seriam decorrência de uma inadequação entre “as exigências acadêmicas, em termos de conteúdos intelectuais, métodos de exposição do saber e dos conhecimentos e os hábitos dos estudantes, que são ainda alunos.
Este momento de passagem se dá em meio a uma série de rupturas simultâneas, a exemplo de condições de existência, vida afetiva, bem como ruptura psicopedagógica: do tutelamento da escola básica para a autonomia.
Ainda mais destacadas seriam as rupturas com o tempo, o espaço e as regras do saber; aulas longas, regime semestral, ritmo de trabalho, deslocamento no campus seriam os principais aspectos quanto ao tempo e o espaço. Todavia as mudanças mais profundas dizem respeito à relação com as novas, numerosas e complexas regras da universidade; bem como a relação com o saber: lidar com a amplitude dos campos intelectuais, necessidade de síntese, ligações entre saberes e atividade profissional futura.
Enfim as ideias de Coulon é de importância eficácia, pois ajudam nesse processo de adaptação do aluno ao novo ambiente e estilo de vida. É tão relevante que inspirou o plano orientador da UFSB, na afiliação estudantil e da profissão de estudante.
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